Na sua liturgia anual, a Igreja Católica prepara-se para celebrar a Páscoa.
Páscoa, em idioma bíblico dos Hebreus, significa passagem. Constitui uma
festa judaica, instituída para recordar a saída daquele povo do Egipto e
subsequente passagem do Mar Vermelho para a Terra da Promissão.
A Teologia cristã colheu essa herança e, no sangue do cordeiro pascal, o qual lembrava o sinal que salvou os primogénitos de Israel, vê o Sangue preciosíssimo derramado por Jesus, que nos faz passar da morte do pecado à vida da Graça.
A minha Páscoa não tem, obviamente, esta grandiosidade. É bem mais modesta. Limitei-me a transitar de uma pena de prisão domiciliária1 para a normalidade do quotidiano de um comum cidadão. No entanto, a punição sofrida teve o mérito de revelar o que eu já sabia. E qual é esse quid?
Isto, muito simplesmente --- manifestação de prudência! Por parte de quem? --- Dos elementos da DGRSP, encarregados do correcto cumprimento da minha pena. A prudência é a mais caprichosa de todas as virtudes cardeais, porque isolada não se compreende; e, faltando, nenhum comportamento humano é virtuoso!
Lucrei, pois, com a pena imposta, porque fui confirmar o que já pressentia. E também voltarei a ganhar com qualquer outra punição, deste ou de outro tipo, que os poderes judiciais me venham a infligir, se assim o resolverem.
A terminar:
1 - Nenhuma reacção jurídico-penal fará com que eu me desvie do caminho da censura, onde achar que cabe censura;
2 - Espero que todos os nossos Magistrados (e não apenas alguns, como sucede) mostrem recta intenção.
3 - Seria também saudável que estivessem mais próximos dos centros de execução das penas, e mais afastados de etéreas e mirabolantes doutrinas do Direito.
4 – Na verdade, se lidassem mais com os condenados e folheassem menos compêndios de nebulosas teorias, ainda poderíamos esperar a luz da prudência nas suas mentes e correspondente império nos seus corações.
5 - Confortados por aquela virtude, já se tornaria razoável acreditar que as suas sentenças iriam espelhar a Justiça.
A Teologia cristã colheu essa herança e, no sangue do cordeiro pascal, o qual lembrava o sinal que salvou os primogénitos de Israel, vê o Sangue preciosíssimo derramado por Jesus, que nos faz passar da morte do pecado à vida da Graça.
A minha Páscoa não tem, obviamente, esta grandiosidade. É bem mais modesta. Limitei-me a transitar de uma pena de prisão domiciliária1 para a normalidade do quotidiano de um comum cidadão. No entanto, a punição sofrida teve o mérito de revelar o que eu já sabia. E qual é esse quid?
Isto, muito simplesmente --- manifestação de prudência! Por parte de quem? --- Dos elementos da DGRSP, encarregados do correcto cumprimento da minha pena. A prudência é a mais caprichosa de todas as virtudes cardeais, porque isolada não se compreende; e, faltando, nenhum comportamento humano é virtuoso!
Lucrei, pois, com a pena imposta, porque fui confirmar o que já pressentia. E também voltarei a ganhar com qualquer outra punição, deste ou de outro tipo, que os poderes judiciais me venham a infligir, se assim o resolverem.
A terminar:
1 - Nenhuma reacção jurídico-penal fará com que eu me desvie do caminho da censura, onde achar que cabe censura;
2 - Espero que todos os nossos Magistrados (e não apenas alguns, como sucede) mostrem recta intenção.
3 - Seria também saudável que estivessem mais próximos dos centros de execução das penas, e mais afastados de etéreas e mirabolantes doutrinas do Direito.
4 – Na verdade, se lidassem mais com os condenados e folheassem menos compêndios de nebulosas teorias, ainda poderíamos esperar a luz da prudência nas suas mentes e correspondente império nos seus corações.
5 - Confortados por aquela virtude, já se tornaria razoável acreditar que as suas sentenças iriam espelhar a Justiça.
Joaquim Maria Cymbron
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- Esta pena foi aplicada em consequência da condenação sofrida no P. 255/14.3 TAPDL, o qual é efeito de outro. O primeiro dos dois ainda não passou a este blogue. Pelo seu gravíssimo conteúdo, foi considerado por mim merecedor de estudo mais aturado. Além disso, aguarda melhor oportunidade para publicação. Entretanto, só não direi que é o mais criminoso dos três porque, ao longo do conteúdo deste blogue, difícil será encontrar decisões conformes à lei.
JMC