Foi sempre uma constante da minha parte, identificar os processos que aqui coloco. Há tempo, fugi a essa regra. Hoje faço o mesmo, e creio que será este o método, no futuro, até que muita coisa mude no mundo forense. Realmente, a transparência não pode ser exigida a ninguém, quando no campo que este meu blogue percorre ---a já assinalada vida judiciária ---são os Tribunais quem primeiro se move sem respeito por aquela norma de acção.
De resto, para a lição que pretendo transmitir, de pouco ou nada importam os números dos processos. E o meu cuidado é o de levar aos outros um grito de alerta!
M.ma Juíza de Direito:
JOAQUIM MARIA BOTELHO DE SOUSA CYMBRON, condenado nos autos que
constituíram o P. XXX,
VENHO PARTICIPAR:
1. Sinto como dever indeclinável, levar ao
conhecimento de V. Ex.ª a explicação do objecto que segue neste sobrescrito e
que tenho o subido gosto de lhe oferecer.
2. Como V. Ex.ª facilmente verá, tal objecto representa
o 0 (zero).
3. Porquê e
para quê este modesto presente? --- É muito simples:
4. No P. YYY, ficou tudo em metade: daí, eu ter enviado
umas meias que tanto bulício causaram.
5. V. Ex.ª bem sabe como reagiu a esse gesto,
repleto de generosidade.
6. Fui chamado novamente a juízo, do que resultou
uma condenação em 3 (três) meses de prisão por dias livres (P. XXX).
7. Ora, como há-de ser do conhecimento de V. Ex.ª,
não cumpri um só dia de prisão. Eis a razão da nova prenda!
8. Este 0 (zero)
está inegavelmente bem feito.
9. Se V. Ex.ª reparar, num dos extremos do seu eixo
maior, há uma pequena base que lhe permite manter-se de pé.
10.Assim, já poderá V. Ex.ª guardá-lo sobre a
superfície que escolher e lembrar-se de que, no P. XXX, o resultado não baixou
para metade do decidido em sentença, mas sim que se traduziu numa completa
nulidade!
JUNTA: Um sólido zero.
Joaquim Maria Cymbron