Toreador

Não é difícil perceber a razão pela qual se insere, aqui, uma das mais famosas árias do panorama operático --- https://www.youtube.com/watch?v=fOxDzDyLEMQ

segunda-feira, 10 de julho de 2017

A INDISPUTÁVEL FORÇA DO ZERO

Foi sempre uma constante da minha parte, identificar os processos que aqui coloco. Há tempo, fugi a essa regra. Hoje faço o mesmo, e creio que será este o método, no futuro, até que muita coisa mude no mundo forense. Realmente, a transparência não pode ser exigida a ninguém, quando no campo que este meu blogue percorre ---a já assinalada vida judiciária ---são os Tribunais quem primeiro se move sem respeito por aquela norma de acção.
De resto, para a lição que pretendo transmitir, de pouco ou nada importam os números dos processos. E o meu cuidado é o de levar aos outros um grito de alerta!


M.ma Juíza de Direito:


JOAQUIM MARIA BOTELHO DE SOUSA CYMBRON, condenado nos autos que constituíram o P. XXX,
 
VENHO PARTICIPAR: 
 
1.  Sinto como dever indeclinável, levar ao conhecimento de V. Ex.ª a explicação do objecto que segue neste sobrescrito e que tenho o subido gosto de lhe oferecer.
2.   Como V. Ex.ª facilmente verá, tal objecto representa o 0 (zero).
3.    Porquê e para quê este modesto presente? --- É muito simples:
4.    No P. YYY, ficou tudo em metade: daí, eu ter enviado umas meias que tanto bulício causaram.
5.    V. Ex.ª bem sabe como reagiu a esse gesto, repleto de generosidade.
6.   Fui chamado novamente a juízo, do que resultou uma condenação em 3 (três) meses de prisão por dias livres (P. XXX).
7.   Ora, como há-de ser do conhecimento de V. Ex.ª, não cumpri um só dia de prisão. Eis a razão da nova prenda!
8.   Este 0 (zero) está inegavelmente bem feito.
9.   Se V. Ex.ª reparar, num dos extremos do seu eixo maior, há uma pequena base que lhe permite manter-se de pé.
10.Assim, já poderá V. Ex.ª guardá-lo sobre a superfície que escolher e lembrar-se de que, no P. XXX, o resultado não baixou para metade do decidido em sentença, mas sim que se traduziu numa completa nulidade!
 
JUNTA: Um sólido zero.
 
Joaquim Maria Cymbron