Como o penúltimo, vai este texto publicado nos meus dois blogues, pela mesma razão apontada naquele lugar.
Vai muito de moda uma filosofia que se esgota
a entoar hinos de louvor ao nada. É uma filosofia de aniquilamento, porque
expressa decisivamente a recusa da vida antes mesmo dela brotar. É pior do que
cortá-la onde existe, uma vez que, deste modo, tende-se a condenar o Ser à morte, no seu trânsito
de potência a acto. É um pecado ontológico e um violentíssimo atentado aos
planos de Deus. Como tantos outros desacatos à majestade Divina, este é mais um
acto de vesânia colectiva, no enfiamento de outras fortes explosões de uma
sanha dementada que se vem assenhoreando do homem, desde que foi criado.
E trata-se de uma fúria cega que lentamente o vai escravizando,
empurrando-o sem cessar, de corpo e alma, até à beira de um lance irreversível:
o suicídio colectivo. Nunca, como agora, foi tão pertinente o aviso de S.
Paulo!(1)
Este desconchavo irá tocar o seu objectivo? Não há motivo para recear fim tão terrível, embora muito seja já o estrago semeado por esta doutrina de negação. Onde se funda esta convicção? --- Na certeza da força intrínseca do próprio Ser ameaçado! De facto, a inteligência do homem é incapaz de abarcar o Infinito. Por outro lado, conceber o nada é tarefa impossível. É simples a razão disto: enquanto o Infinito atrai e seduz, o nada repugna à nossa mente!
À volta do Ser, o niilismo é a mais aberrante degenerescência que atingiu o pensamento humano. Se até ao presente, muitas teorias se desenvolveram para explicar o Ser, bom número delas eivadas de erros gravíssimos, o certo é que nunca se viu alguma cujo propósito, visível ou pelo menos confessado, fosse de reduzi-lo a pó. Os próprios materialistas possuem uma crença inabalável na infinitude e na eternidade da matéria. Por isso, levam vantagem irrefutável sobre os niilistas, legião malvada, soma monstruosa de tantos delinquentes, uns mais tresloucados que imputáveis, os quais nem se dão conta de que, no combate que desenvolvem para aniquilar o Ser, fazem contraditoriamente a mais sonora profissão de fé na sua existência. Ninguém luta contra o vácuo!
Em política, o niilismo é o caminho que aproxima a sociedade da anarquia, conquanto possam nem tomar consciência disso os seus mais aguerridos militantes. E é esclarecedor o facto de as mais destacadas correntes do anarquismo, na base das suas organizações, exibirem uma disciplina férrea que as dirige na rota traçada. Realmente, até o próprio fogo necessita de oxigénio para arder: nem as labaredas sobem ou as chamas crepitam, se o ar lhes faltar. Como o niilismo, a anarquia não desmente a procedência e, nessa qualidade, é outro embuste. Mas não deixa de constituir um perigo e, por isso, requer contra ela as normais medidas de precaução e de combate a qualquer outro perigo.
Quando os detentores do poder caem, as sociedades, se já estavam em crise, depressa se afundam, mais e mais, até jazer num estado comatoso. Ao dizer poder, subentenda-se o poder real e efectivo, não certamente aquele poder fictício e ilusório saído da caprichosa volubilidade das urnas. Nas comunidades onde, não obstante o colapso quase total ao qual se acabou de aludir, ainda sobram algumas reservas morais e há órgãos que conservam a vitalidade suficiente, a esperança não está necessariamente morta: a gente válida preenche o vazio deixado por outros. Porém, como se disse, isto sucede se há e quando há gente capaz; de contrário, é mesmo a desolação do vazio!
As Pátrias devem quase nada a legistas ou a homens da finança: deles, escassas, mesmo escassíssimas, são as páginas que a História aferrolha nos arquivos da sua memória. As Pátrias são obra de soldados e de missionários, cimentadas no sangue de quantos combateram nas hostes da Virtude, e terminaram mártires pela causa do Bem.
Portugal formou, outrora, um grande e radioso império; desse conjunto imenso resta-nos, hoje, um montão de destroços, por entre os quais se multiplicam larvas dos mais repelentes vícios.
Aquela construção magnífica, lentamente
minada, acabou por dar em terra. Não! Não se comece, de novo, no berreiro
costumado de que foi o 25 de
Abril que a derrocou: o golpe vibrado, nesse dia, fez apenas de
camartelo num edifício que já abria fendas por todos os lados. A
desorientação, desde então vivida, aflige, quase por inteiro, um povo perdido
no que ficou do seu antigo Lar. Poucos escaparam e, mesmo desses, nenhum se
mantém livre dos efeitos deletérios do debilitamento moral que nos cerca. Na
ordem temporal, tudo ruiu, mas choca especialmente comprovar o modo que
arrastou uma prestigiada corporação a entregar-se, vencida, debaixo do entulho
criado --- é a classe de Magistrados!
Esta é a tragédia que trouxe o luto a
Portugal, um luto que perdura. O que existe é fumo e o fumo não se apaga --- o
mais que se pode fazer, é arejar a casa; mas, se escancaramos uma janela
para que o fumo saia, logo outra se abre para lhe dar entrada. Deste fumo,
repita-se, a nuvem mais negra e espessa é formada por uma parte da Magistratura.
Legistas e financeiros são os parentes pobres
de qualquer Pátria. Isso já foi assinalado; cabe agora completar que não se
trata de pobreza material, como aliás logo se intuiria pela presença de
financeiros neste triste rol. A condição pobre, de que padecem, é de ordem
moral, de uma ponta à outra: a quase todos eles, o que falta é elevação de
miras e nobreza de ideais. De entre o grémio de legistas, sobressaem os
Magistrados! No presente momento, de alguns deles só não pode dizer-se que são
os mais nocivos elementos inseridos na actual sociedade portuguesa, porque,
quedarmo-nos por aí, está como se fosse vazio de conteúdo: representam, de
momento, uma das deformações mais temíveis no palco da nossa política. Um
homem, qualquer que seja a sua fé religiosa, o seu torrão natal, a sua raça, a
sua crença política, ou o seu estrato social, isto é, independentemente de ser
cristão, judeu, muçulmano, budista ou de outra religião aqui não mencionada; se
a sua língua materna é o português ou o chinês; se é branco, negro, amarelo ou
pele-vermelha; se alinha à direita ou à esquerda na acanhada dicotomia em que
se convencionou dividir o universo político; se as suas origens andam perdidas
no meio de gente anónima ou foram embaladas em berço de ouro, esse homem, seja
ele quem for, nunca estará legitimado para impor o seu querer a ninguém, a
menos que o faça em nome de um poder soberano que lhe é superior. E o seu
governo dir-se-á recto ou tirânico, consoante realizar ou não o bem comum.
Se o autocrata ou o democrata (este espécime
por definir), a que se juntam um ditador ou um demagogo, pretendem exercer o seu imperium sem referência a um
princípio transcendente, em vão trabalham e acabarão derrotados. Quando os
homens esquecem aquela ordem de coisas, que aponta para um valor que está acima
dos mortais e é o único caminho apto a conduzir
todos à paz onde reine a Verdade,
sempre que voltam costas a esse padrão, insiste-se, é o relativismo ou o
indiferentismo que se instalam por culpa dos que assim agem e dos que se
mostram passivos diante desse feio crime. Daí, a facilidade e a frequência com
que os modernos próceres se acham dignos de emparelhar com os antigos
triunfadores das eras clássicas, e daí, também, que a embriaguez dos sentidos
lhes pinte um horizonte imaginário com as mais febricitantes cores. É, pois,
num completo desvairo de sensações, que estes dirigentes aziagos, autêntica
vanguarda da desgraça, ensandecidos por um ambiente em que já quase se medem, ou se medem mesmo,
barba por barba, com os velhos deuses, se revolvem na volúpia de se julgarem
intocáveis. E, de despautério em despautério, lá vão, com a maior
impudência, tomando assento nas regiões etéreas do Olimpo, essas áreas
defesas aos mortais.
Criou-se assim uma mitologia mais grosseira
que a do paganismo da Antiguidade: o politeísmo desses tempos, ao menos, punia
severamente os deuses que prevaricavam; os que topamos diante dos nossos olhos,
esses absolvem-se uns aos outros. É a caridade evangélica virada do avesso
porque se perdoa ao impenitente, e isto redunda na estreme glorificação do Mal.
E é igualmente o resultado daquilo que se vive: as sociedades perderam o
sentido do espiritual e, em Portugal, não fugimos à regra. Ao mesmo tempo, este
fenómeno não deve surpreender, pois a mediocridade, que campeia, precisamente
por ser isso mesmo, também não é muito exigente. Pouco se pede para chegar ao
grau de apoteose: para os deuses que temos, pequeno foi o esforço para
ascenderem ao Olimpo.
Mas no que aqui se vai tratando, não se
começou por falar em niilismo? Porquê, então, associar os maus Magistrados a esta doutrina? --- É simples
o processo que estabelece esta relação e nem tem que estranhar:
Aqueles Magistrados, com o seu comportamento,
mareiam a fama e o lustre dos Tribunais, precisamente quando e onde deles se
esperava que observassem o dever de viver com dignidade, servindo com escrúpulo
no exercício da missão do combate que se propuseram travar em prol da Justiça.
Daí, por parte dos particulares, segue-se a perda de confiança naqueles órgãos,
o que cede o passo à anomia. Tal resultado produz gravíssimas consequências porque
sociedade sem leis é como o indivíduo a quem falta a consciência. Se a
consciência existe, ela mesma se encarrega de refrear os desatinos da nossa
inteligência e as paixões do nosso temperamento; mas quando ela falha (e se
falta não pode necessariamente cumprir o seu papel), então, a repressão vem de
fora, por mais niilismo que se apregoe, porque a vida, principalmente a vida
social, é impossível sem regras.
A sociedade actual (o fenómeno não é de cunho
exclusivamente nacional), a sociedade que ouviu a mensagem luminosa do
Cristianismo, uma parte dela está bestificada e, o que resta, são figuras
sepulcrais que deambulam como se fossem
corpos narcotizados. É uma massa informe que perdeu a noção do sagrado. O
homem, se esquece a Divindade, sempre sentiu a necessidade imperiosa de criar
mitos ocos, de agarrar-se a fábulas vãs, conforme se verifica em todos os
movimentos de ideias, sobretudo desde que a concepção do Mundo passou de
teocêntrica a antropocêntrica. Essa viragem marcou o começo remoto da crise
onde viemos cair. Numa sequência de eventos, que ocorreram em linha recta e sem
quebras, as revoluções, sem parar, sucederam-se umas após outras, ora no campo espiritual,
ora no temporal. Neste desfile de destruição, cortejo de uma pompa marcadamente
fúnebre, de tons a anunciar o desastre, assumem proporções de destaque o
Humanismo ao lado do Protestantismo; o Racionalismo afogado na água benta do
Deísmo; o Iluminismo de braço dado ao Regalismo; os Imortais Princípios, fonte
viva de uma série incontável de desgraças, na Europa e por onde se derramou a
sua catequese; o Individualismo Liberal fundado no Naturalismo, germe de muitas
convulsões, código de desordens nefastas, tanto no âmbito político como no
económico, e que foi embrião dos Totalitarismos, de cujos efeitos o passado
século se transformou, simultaneamente, em testemunha e em vítima; por fim, o
Materialismo, ascendente mais próximo e mestre mais directo da praga niilista.
A Fé parece sumir-se. Mas como há-de o homem
moderno guardá-la, se vai abandonando a convicção na capacidade do pensamento
para se aproximar da Verdade
ontológica? E a Verdade
inteligível para o homem que a busca, de coração humilde, já disporia esse
mesmo coração a aceitar a mensagem transmitida pelo Verbum Dei. É pelo menos uma ponte de Salvação! Fides quaerens intellectum,
era este o lema inspirado de S.to Anselmo de
Canterbury. (2)
Ao menos, o ateu, se confia nas virtualidades
do próprio entendimento, pode ainda, pela via do raciocínio, chegar até ao
princípio absolutamente causante, o único Ser
ao qual convém a existência eterna porque essa é a Sua essência. Este Ser é Deus, o Alfa e o Ómega de toda a Criação, e
exactamente por isto, Ele é também o ponto culminante de toda a razão
humana. O que tem particular relevo no tema aqui abordado, pois esgotando
o fim último da nossa mente, é óbvio que o agnóstico, fora o caso de ser
confortado pela Graça, de forma específica e muito intensa, está impedido de
gozar de tal deleite, porque ele próprio foi quem cerrou os olhos ao trajecto
para tão sublime visão. De facto, quem duvida de que o pensamento está dotado
para obter certezas legítimas, que escapam à experiência imediata, certamente
não pode voar tão alto!
Se a anarquia, recorde-se, traz colado o
rótulo daquilo para que tende o niilismo em política, já o agnosticismo deve
ser proclamado como o elo da corrente que desemboca no niilismo do pensamento.
Ora o homem tem sede de Infinito, e o agnosticismo é um deserto onde ele não
pode matar, na fonte do conhecimento, aquela sede ardente que o abrasa. E isto
é a causa pela qual o niilista está condenado a desaparecer, esfumando-se nas
sombras de um mundo irreal que um dia, num delírio infrene, sonhou.
Da Teologia à Fé, mutatis mutandis, há uma relação análoga à que
separa o Direito da Justiça. Com efeito, a Teologia, dentro de métodos
rigorosamente científicos, expõe os tesouros que a Fé nos revela,
enquadrando-os em categorias sistemáticas. Salvaguardadas as proporções, que se
impõem, o Direito propõe-se alinhar aos nossos olhos um ideal de Justiça. Se
quem maltrata a Teologia, decai na Fé, o que tripudia com o Direito, arranca da Justiça uma imagem pervertida.
O Direito, é sabido, constitui o meio de
realização da Justiça. Quando se duvida da integridade do meio, não faz sentido
falar do fim, dizendo que esse fim é o escopo do nosso empenhamento. Na
verdade, se o artífice despreza o instrumento que tem à mão, só a ingenuidade
acreditará que ele seja capaz de criar o que se espera do seu engenho. Haverá,
porventura, alguém tão doido que sinta segurança num culto, onde os próprios
hierofantes não estão certos dos arcanos que proferem? Desde quando a incerteza
é fonte de conclusões firmes e credíveis? Pois isto é o que fazem os
Magistrados que se entretêm a discorrer esterilmente sobre minúcias de grande
complexidade, mas de transcendência nula, em lugar de estabelecer bases
duradouras que podem levar a um ideal de Justiça. Jogam com elementos avulsos e
separados uns dos outros, que são mantidos isolados entre si, em consequência
de uma teima de quem não quer ver a unidade que é suporte de todos eles.
Contudo, não é este o seu maior defeito: o mais grave tem outra causa, e
explica a razão pela qual se mostra improdutiva a tarefa em que se consomem,
como quem quisesse reunir num todo harmónico pedaços fraccionários, desconexos
na forma e, não poucas vezes, até na substância. Eis o resultado de uma herança
nada gratificante, que eles aceitaram e fizeram sua, sem se interessarem com a
juridicidade do pecúlio que receberam.
Só o respeito pela Lei Natural é capaz de
fornecer uma base sobre a qual repouse
um edifício jurídico onde brilhe o fulgor da Justiça, na sua Unidade, na sua Verdade e na sua Bondade. Sucede que o
património intelectual do acervo hereditário que, por grande infelicidade, os
nossos Magistrados recolheram, é hostil aos valores imorredoiros da Filosofia perennis. Ocultando intencionalmente
ou, no mínimo, desconhecendo os primeiros princípios da Metafísica, estes
Magistrados não evitam a colisão ou o divórcio com os atributos transcendentais
do Ser. E esse
choque ou esse afastamento impedem que as suas decisões tenham harmonia porque,
a maioria das vezes, carecem de Unidade;
não chegam igualmente a manifestar a indispensável claridade, porque com
batante frequência estão privadas de Verdade;
e raramente são íntegras porque quase nunca têm Bondade. E, por tudo isto, seguramente, é que
têm dificuldade de ser justas!
Deste quadro de ebulição conflituosa, não
devemos admirar-nos: é a obra do niilismo na dupla vertente que tem e que agora
volta a lembrar-se --- a política e a filosófica. Numa ou noutra destas duas
acepções, são peçonhentos os seus frutos; e quando isto não são, tornam-se
pecos que é outra espécie de veneno, porque é sinal de que vem próxima a morte.
Como se não fosse suficiente o que se
descreveu, que é o mais importante da questão, que tem o papel mais influente
no desatino que nos rodeia e que é, decididamente, o nó da miséria que nos
envolve, como se isso não bastasse, reforce-se a ideia, falta pôr no prato da
balança, a mentira que certos Magistrados escolheram como estilo a adoptar
quando se pronunciam do alto das suas funções. Esta mentira, em que alguns
Magistrados abundam, em número superior ao que a tolerância poderia desculpar, tem a sua dose de
gravidade. Dá-se essa mentira sempre que aquele, que a solta, diz que é negro onde
vê branco, ou vice-versa. Já não é um transtorno mental, saído de um pensamento
turvado por filosofias perniciosas consoante tem vindo a ser exposto; trata-se
agora de um desvio moral na consciência de quem assim procede. Este desvio, em
princípio, não tem efeitos tão devastadores como os obtidos quando há um típico
e inequívico logro do pensamento que se estende imparavelmente e lança confusão
na sociedade. A mentira pertence ao foro interno de cada um. Nessa condição,
não se pode perscrutar com o mesmo espírito e rigor de censura: é uma falsidade
individual, e o seu juízo de reprovação terá sempre de atender à boa ou má fé
do autor. Entretanto, os erros do pensamento podem e devem ser atacados,
independentemente do impulso moral que lhes está subjacente: os seus vícios
transportam uma dimensão objectiva e, com ela, a carga de imputabilidade é
muito mais pesada. Portanto, culposo ou inocente, deliberado ou involuntário,
premeditado ou mero reflexo automático, o erro do pensamento não tem de esperar
tréguas. Em suma: não cabe comparação entre os danos resultantes da mentira
moral e os que uma falsa corrente de pensamento é capaz de produzir. A primeira
corrompe essencialmente o seu autor; a segunda tem um intenso poder de
contágio. Por isso, é que a reacção não deve necessariamente ser a mesma, num e
noutro caso. De resto, é isto que se infere pelas linhas anteriores. E assim
podemos condensar: a alguma indulgência com a mentira moral, há-de corresponder
uma severidade máxima para com as doutrinas subversivas. Isto se quisermos
evitar a extinção do que ainda resta de civilização, o que continua a ser
viável!
É altura de concluir:
Apenas para repisar a mensagem de fundo, que aqui se transmitiu, e fazê-la sobressair, convém lembrar que, se é válida a analogia atrás enunciada, nos termos ali expostos, de que está o Direito para a Justiça, assim como se encontra a Teologia para a Divindade, só deixará de ser adequado afirmar, de um número relevante de Magistrados, que são heresiarcas genuínos da religião da Justiça, quando repararmos que, para isso, é preciso estatura, uma estatura que eles já revelaram, à saciedade, não possuir.
Com efeito, na hora que vivemos, os
nossos Magistrados não conseguem ser mais do que acólitos dos amos da Desordem
que grassa!
Joaquim M.ª Cymbron
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- 1
Cor. 6, 12
- Cit., Historia de la Iglesia Católica,
II, P. 2,c. 15, III, 2.
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