Vede como as coisas são! Na minha caixa de correio, encontrei um sobrescrito que, por fora, trazia o meu nome completo. Do lado externo, mais nada: nem remetente nem franquia.
Claro que o abri, tendo visto que, numa folha dobrada, vinham uns versos. E porque o seu conteúdo apresenta uma curiosa identidade com os meus últimos ataques a um M.mo Juiz de Direito, aqui publico aqueles versos anónimos sob o mesmo título que a referida folha oferecia.
Ouve, ó Chico da Lixeira:
És um forte chicaneiro!
Limpaste o fundo à sopeira
Como faz um lambareiro.
O outro queria um fumeiro,
Vá lá buscá-lo à estrumeira!
Se se foi o derradeiro,
Fica cheiinha a carteira!
Anda, anda, ó caminheiro,
Pois a vida é passageira.
Quem te segue na carreira,
Onde és um feiticeiro,
Contigo aprende o Direito
Mais torto que há-de ser feito!
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